'When writing about European settlement in Australia, nineteenth and early
twentieth century writers focused on the lives of the male convicts and on the English
middle class who were in charge of the colony. It was only in the latter part of the twentieth
century that Australian feminist writers started to take an interest in the lives of women
convicts. Working from different theoretical perspectives, feminist writers patiently unravelled the lives of convict women hidden within layers of archival material.
Thus started
the debate of whether convict women should be regarded as Damned Whores or Founding
Mothers. Were these women all prostitutes transported for their vices? Or were they
women, who struggling for survival in their native land were transported for trivial crimes
in order to populate a country which had long been settled by Aboriginal nations? Were
these women Founding Mothers who left a legacy not only of Australian born children but
also of values embedded in Australian culture? How does Australian literature represent
these women? This essay deals with female convicts transported to Australia from Great
Britain and Ireland. In this essay I will look at the way writers have depicted their lives and I
will examine the way their narratives helped to shape the culture in which they lived and if
their legacy lives in today's Australia.'
RESUMO. 'Prostitutas amaldiçoadas ou mães fundadoras? representações de
mulheres detentas na literatura australiana. Quando os autores do século XIX e do
início do século XX começaram a escrever sobre a colonização europeia na Austrália,
focalizavam a vida dos detentos do sexo masculino e da classe média britânica que
administrava a colônia. Foi apenas na segunda metade do século XX que as escritoras
feministas começaram a se preocupar com a vida das detentas britânicas enviadas para o
continente. A partir de várias perspectivas teóricas, as escritoras feministas, com muita
paciência, fizeram emergir a vida das detentas, oculta ou suprimida dos arquivos da colônia.
Iniciou-se então o debate: seriam as detentas Prostitutas Amaldiçoadas ou Mães
Fundadoras? Será que todas estas mulheres eram prostitutas enviadas à colônia pelos seus
vícios? Ou eram mulheres que lutavam para sobreviver na Inglaterra e na Irlanda e, acusadas
de crimes triviais, foram transportadas à colônia para povoar o continente que por muitos
séculos havia sido povoado por nações aborígines? Foram estas mulheres Mães Fundadoras
que contribuíram, com o nascimento de seus filhos, para consolidar os valores inerentes à
cultura australiana? Como a literatura australiana representa tais mulheres? O ensaio analisa
as detentas britânicas e irlandesas que foram transportadas à Austrália, examinando como
vários escritores descreveram a sua vida e como suas narrativas ajudaram a moldar a cultura
em que viviam e como sua herança cultural persiste na Austrália contemporânea. '(Author's abstract)